Sunday, April 12, 2009

Outsider


Eu oscilo entre o poema e o pé no chão. Entre ser real ou ser humana. Fico entre o participar ativamente ou deixar as coisas passar. E as situações. E as pessoas.

Percebo que mesmo que queira, não pertenço a determinados grupos. Por mais que tente e reinvente, não são (mais) parte de mim.

Oscilo entre o sapato de salto alto e os pés tocando a grama. Os cabelos desarrumados em coques estranhos e a maquiagem arrumadinha e alinhada. Oscilo entre me deixar sentir ou me deixar gelar de vez. Por mais que queira nunca vou entender o que as pessoas realmente querem ou esperam de mim.

Desmistificar ou petrificar. Fico entre as brincadeiras de criança e a seriedade da adulta. Sempre com um pé aqui e o pensamento acolá, pensando como seria se não fosse assim. Não sei nem ao menos se seria.

A vida é feita de escolhas (clichê maior, impossível) e as escolhas estão aí para serem feitas. Sendo assim, fiz as minhas mesmo sem saber ao certo aonde quero chegar. Não tenho muitos planos... na verdade, quanto mais tento fazê-los, mais eles correm por entre os muros das minhas ilusões e se escondem.

Entre o mar e o concreto. Entre o pôr-do-sol e o novo dia. A alegria extrema e a profunda tristeza. O topo da montanha e o fundo do mar.

As cores nem sempre fazem parte do meu cotidiano. As pessoas tornam-se estranhas aos meus olhos como se nunca as tivesse visto antes. E deixo que sentimentos alheios me invadam e tomem o que é meu de verdade, me tornando ainda mais desconhecida a mim mesma.

Eu oscilo entre ser eu mesma ou me fechar dentro de mim.