Como assim?
Corre pra ela não te ouvir
Venha cantando baixinho até me encontrar
Vigiando as estrelas
Meus braços estarão a te esperar
Mesmo à distância
Fico em silêncio
Fina flor nos cabelos
Fantasias vãs
Sem culpa
Só nós
Apenas nós
Assim de mãos dadas
No vão escuro entre duas paredes
Não sei mais como esconder
Um beijo roubado
Único, como havia de ser.
Sunday, June 26, 2011
Saturday, June 25, 2011
O mito do inacessível
Mito: dentre os diversos significados mitológicos, o mito é a “idéia falsa, que distorce a realidade ou não corresponde a ela”; é a “coisa ou pessoa fictícia, irreal, fábula”.
Temos a frequente mania de mitificar as pessoas. Alguns parecem simplesmente inalcançáveis até mesmo para os nossos desejos mais secretos. E vem junto com o receio de fantasiar o “como seria se...?”. Tornando alguém mítico, fica mais fácil de se observar de longe e transformá-lo em amor platônico. Não se corre riscos, não há o que perder... observa-se de longe, os pensamentos pairam pelo ar e nada ocorrerá.
Assim, acabamos nos afastando do que poderia ser algo real, por torná-lo mítico, quando, na verdade, trata-se tão somente de um ser humano, de carne e osso, com as mesmas necessidades de qualquer outro. As vontades, muitas vezes, são as mesmas, mas o medo, a mitificação do outro parece nos afastar e nos cegar para uma realidade que está bem ali, diante dos nossos olhos. Ficamos com medo de nos entregar, de nos arriscar, por já aguardar a rejeição. Envolve medos diversos: de se machucar, de se deixar levar, de levar o famoso “não”...
E quando ocorre o contrário? Ah, quando você é o mito para outra pessoa não há como explicar ao outro que não há mitos, e que você é apenas como qualquer um outro e quer apenas as mesmas coisas.
O nosso papel de mulher mudou muito nos últimos anos dentro da sociedade. Lutamos pela igualdade dos direitos, por mais espaço no mercado de trabalho, etc etc. Ainda sim, nem por isso mudamos por dentro. Por mais que a gente mergulhe nos nossos afazeres, no trabalho, por mais que nos tornemos pessoas batalhadoras, conquistando o nosso espaço onde antes só pertencia aos homens, continuamos sendo as mesmas pessoas de antes. Continuamos sendo as mesmas criaturas que, de certo modo, são frágeis por dentro e cheias de sentimentos. Continuamos nos decepcionando pelas mesmas coisas e, no fundo, só mudamos o nosso jeito de lidar com algumas situações no nosso dia-a-dia, mas isso não mudou a nossa essência e, ao invés de mitos, somos apenas mulheres de carne e osso, com as mesmas vontades de qualquer outra em qualquer época.
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