Thursday, October 28, 2010

tudojuntoaomesmotempo

O relógio marca as horas.
Atraso.
Não dá tempo. Já é hora de voar.
Já acordo com a sensação de atraso eterno.
No banho já penso no que vou vestir,
no caminho a percorrer,
nas pendências,
na faculdade,
nas pessoas.
Já estou seca. A roupa no corpo, os sapatos nas mãos.

As escadas correm depressa embaixo dos meus pés. Atrasada, de novo. Sempre.
O trânsito amola. Passo maquiagem, mando mensagens, vejo minhas redes sociais.
Penso. Em tudo o que eu já pensei. Em tudo que ainda preciso pensar. E penso o inútil.
Pouco vejo as pessoas ao meu redor.

Chego esbaforida.
Falo no telefone, enquanto escuto instruções, enquanto leio o e-mail que acabou de chegar, enquanto vejo que a hora já foi.
Corro. Fico irritada.
Estudo, assisto TV, escuto música e tento memorizar. Aonde isso vai parar?

Sempre com pressa. Sempre sem tempo.
Converso com um, enquanto escuto o outro e sou interrompida por um terceiro.
De repente, já é um grande nó que se faz e não há mais como desatar.
Paro.
Percebo que já passou e eu nada fiz pra mudar.

No dia seguinte, tudo volta a ser igual ao dia anterior. Atraso.

Sunday, October 24, 2010

_Needs_

Em determinados momentos da vida tudo o que se tem que fazer é excluir uma pasta inteira de e-mails que te traga memórias demais e com as quais você não sabe (ou não quer) mais lidar.

A única coisa que causa controvérsia, porém, é o porquê é tão difícil let things go.

Saturday, October 23, 2010

Fernanda, Cristina e a Cidade

Descobri esta semana que ando com tanta pressa na vida, que não tenho tempo de olhar para os lados e perceber a cidade que eu moro. Geralmente, só percebo o trânsito, os carros, a irritação, o concreto e a correria. No mais, nada. Nem nas pessoas eu presto mais atenção. Aliás, confesso que, às vezes, chego até a fugir delas.

Tem de tudo um pouco sim. Ao andar pelas calçadas por onde passo todos os dias de carro, percebi até que tem um museu pertinho do meu trabalho, num casarão super bonito e eu nunca nem tinha me atentado para a plaquinha marrom de trânsito com a sua indicação. Notei que, apesar de poucas, ainda há árvores nas redondezas e que nem todo mundo anda com tanta pressa para os lados de lá.

Neste dia, passei a gostar um pouquinho mais da minha cidade. Não sei se porque eu olhei pra ela com olhos estranhamente abertos ou se porque apenas redescobri o prazer que é andar pelas ruas e esvaziar a cabeça.
Acho que criei um mini-relacionamento.

Friday, October 15, 2010

About the loser inside of me.

Inércia. Era o que eu estava tentando fazer, ficar na simples inércia. Tinha prometido para mim mesma que desta vez seria diferente. Que ao invés de falar um monte de palavras banais, eu ia apenas agir. Meti os pés pelas mãos. Outra vez.

Quando percebi, já estava falando, falando, falando. As palavras foram saindo de mim sem o menor esforço. As lágrimas também. Por que que tem que ser assim? De novo? Com a mesma pessoa? Com a situação já conhecida?

Fico ressentida, doída, mas não tenho mais o que fazer. Fui chamada de egoísta e posso até estar sendo egoísta em certo ponto, mas sei também que rola o egoísmo do outro lado de querer me ter por perto mesmo sabendo da minha incapacidade de ser somente amiga.

Ok. Sei lá, só sei que continuo me sentindo a Loser da semana.

Saturday, October 09, 2010

Choque de Realidade


Parece até que eu acordei de um sonho. Ele sempre esteve ali. Ela passou a existir, ao menos pra mim, de uns meses pra cá. Eu sabia da existência dela, tinha plena consciência. E, pra não me deixar esquecer, eu sempre poderia consultar alguns meios de comunicação e eu lembraria do seu rosto e de que ela é a namorada dele de fato.

Os fatos não mentem, os olhos também não... mas as pessoas dizem (e eu concordo!) que o que os olhos não veem, o coração não sente.

Vi uma vez. Senti uma vez. Fiquei mal, chorei, mandei e-mail falando tudo o que eu sentia, recebi uma resposta que nunca tive vontade de responder. Guardei. Os dias passaram e, conforme o previsto, eu e ele nos encontramos novamente. Um encontro que eu tenho plena consciência de que ainda teremos tantos outros pela frente, afinal, estamos no mesmo ambiente. Convivemos. E nos damos muito bem... tá aí o problema.

No primeiro encontro, foi tudo estranho, superficial. Minha transparência me impede de esconder meus sentimentos, meus desgostos, minhas tristezas... minha sutileza, nessas horas, é inexistente e minha ironia surge como um vulcão em erupção. Mais uma vez falei. Falei um monte, falei tudo, até que as tímidas lágrimas aparecessem.

Ficamos um tempo sem nos falar direito. Eu quis assim. Era o melhor assim, ao menos pra mim. Ele se incomodou com a situação. Mesmo assim, não estava convencida e sentia muita falta dele. Falta de ter com quem conversar... alguém que me entendesse e que não me julgasse em determinadas situações. Alguém que tem um passado muito parecido com o meu, um presente tão atribulado quanto e um futuro incerto... que tem as mesmas perguntas sem respostas, as mesmas indagações, mas que tem tantos outros mistérios que eu já deixei de querer desvendar.

Enfim, depois de tudo, as coisas até que estavam correndo bem. Eu sabia - sempre soube desde o dia "D" - da existência dela, mas, em algum lugar de mim, isso talvez ainda fosse uma negativa de realidade. Voltamos a nos falar e conviver intensamente. Nos falamos muito e sempre e, foram poucas as vezes que realmente me incomodei em dar atenção ao que realmente sentia.

Ontem, entretanto, sofri o meu choque de realidade. Senti na pele o que é assistir a felicidade dos outros e ainda levantar pra aplaudir, quando, na verdade, não era para eu estar na plateia, mas sim, sendo a aplaudida. Pela primeira vez eu ouvi "minha namorada" e, em seguida, vi que ela existe pelo celular dele. E foi sem querer, sem intenção. Fiquei transtornada. Pra mim, era como se ela sempre tivesse estado lá, mas como se eu nunca tivesse realmente dado importância para a sua existência. Não que tivesse passado pela minha cabeça alguma vez que ele estava livre e desimpedido, muito longe disso, eu tenho respeito por ele, por ela e sobretudo por mim mesma... mas é como se alguém tivesse me dado um "chacoalhão" e tivesse dito: acorda e para de sonhar, trouxa!

De repente, me sinto toda perdida de novo e vejo, mais do que nunca, que todos ao meu redor têm razão sobre essa situação. Eu só não encontrei ainda a chave para fechar a porta atrás de mim, deixando de viver na condição de telespectadora da felicidade alheia e ir, defintivamente, em busca do meu caminho.

O caminho da fuga é logo ali.

Wednesday, October 06, 2010

Essas tolices por aí...

As tolices ainda aparecem na minha cabeça de vez em quando. É inevitável, essa é a mais pura verdade. De repente, sinto a falta de competência de conquistar alguém. Penso, ainda mais, como posso estar sempre rodeada de pessoas, mas não ser capaz de conquistar uma sequer. E, ainda pior, penso porque algumas conseguem e "outras" não.
Todos querem ser meus amigos... mas e aí? No final do dia, o que sobra mesmo?
Eu, sozinha, mais uma vez.
Essas tolices por aí.