O relógio marca as horas.
Atraso.
Não dá tempo. Já é hora de voar.
Já acordo com a sensação de atraso eterno.
No banho já penso no que vou vestir,
No banho já penso no que vou vestir,
no caminho a percorrer,
nas pendências,
na faculdade,
nas pessoas.
Já estou seca. A roupa no corpo, os sapatos nas mãos.
As escadas correm depressa embaixo dos meus pés. Atrasada, de novo. Sempre.
O trânsito amola. Passo maquiagem, mando mensagens, vejo minhas redes sociais.
Penso. Em tudo o que eu já pensei. Em tudo que ainda preciso pensar. E penso o inútil.
Pouco vejo as pessoas ao meu redor.
Chego esbaforida.
Falo no telefone, enquanto escuto instruções, enquanto leio o e-mail que acabou de chegar, enquanto vejo que a hora já foi.
Corro. Fico irritada.
Estudo, assisto TV, escuto música e tento memorizar. Aonde isso vai parar?
Sempre com pressa. Sempre sem tempo.
Converso com um, enquanto escuto o outro e sou interrompida por um terceiro.
De repente, já é um grande nó que se faz e não há mais como desatar.
Paro.
Percebo que já passou e eu nada fiz pra mudar.
No dia seguinte, tudo volta a ser igual ao dia anterior. Atraso.
1 comment:
E eu poderia perfeitamente plagiar este texto... me vi nele!
Estou em luta constante comigo para tentar mudar algumas rotinas de minha vida.
No entanto, até agora, os dias de hoje continuam muito parecidos com os de ontem...
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