Saturday, October 22, 2011

Incompleta.


Silêncio por fora
Turbilhão de pensamentos
Enquanto isso, a vida passa
Passa pra lá, passa pra cá
Um movimento infinito
E nada de novo acontece
Desânimo, solidão
Tristeza a cercam
O andar é devagar
O sorriso já não é mais o mesmo
As dúvidas de sempre persistem
As críticas pesam mais
Carência se instala sem pedir licença
E a vida passa.

Wednesday, October 12, 2011

Esses tais valores...


Desde crianças adquirimos valores e aprendemos tantas coisas com os nossos pais. Aprendemos a ser honestos, a nos preservar, a sermos e nos tornamos boas pessoas quando crescer. Quando viramos "gente grande", entretanto, as coisas mudam um pouco de figura. Alguns valores continuam mais que arraigados em nós ao passo que outros tantos valores importantes se perdem por aí. Nem sempre há um grande prejuízo com a perda - e, com isso, quero dizer que sim, há aprendizados que podemos guardar na gaveta quando aprendermos a identificá-los e saber até que ponto eles pertencem ou não a nós -, mas, há ainda algumas coisas que devem ser preservadas, independente do ser humano que você quer se tornar.

Foto sem título, por Inácio Freitas
Acredito sim que a verdade, a honestidade, a sinceridade e, acima de tudo, a humildade devem sempre permanecer como princípios básicos, norteadores de todas as nossas relações cotidianas. Já a parte ruim do ser humano e, por essa "parte ruim" leia-se a mentira, a mesquinhez, a inveja, a trapaça, a cara-de-pau, a sem-vergonhisse e até mesmo a falta de escrúpulos, ahhhh esses "valores" sim podem ser jogados imediatamente no lixo.

É claro que nem todo mundo é 100% mocinho ou 100% vilão... o mundo também não teria graça se só existissem pessoas extremamente boas ou pessoas extremamente más. Todo mundo carrega um pouquinho de coisa boa lá no seu fundinho, bem como um pouquinho de coisa ruim, ainda que não queira admitir. No entanto, quando simplesmente percebemos que as pessoas em que pensamos poder confiar já não são aquelas mesmas pessoas que carregam consigo a maior parte "boa" da coisa, aí o melhor mesmo é simplesmente descartar.

Quando mais velhos, infelizmente (ou felizmente?), percebemos simplesmente que nem todo mundo continua carregando aqueles bons valores consigo.

**Feliz Dia das Crianças**

Saturday, October 01, 2011

O discurso...



Boa noite a todos que compõem a nossa ilustre mesa: nosso patrono, nossos queridos paraninfos, professores homenageados. Boa noite a todos os colegas e aos presentes que aqui vieram para nos prestigiar em uma data de extrema importância.

Difícil falar de cinco anos em apenas alguns minutos. Ainda mais quando esses cinco anos foram aqueles em que nos transformamos de universitários em profissionais. Aqueles em que crescemos como seres humanos, em que tivemos nossos horizontes expandidos, em que descobrimos que os muros de uma universidade são meros obstáculos físicos diante de todo conhecimento que somos capazes de adquirir e das coisas que podemos realizar por si só.

Cinco anos de muito estudo, muitas leituras, mas também de grandes amizades, de muito trabalho, de horas inumeráveis de sono perdidas, mas também de grandes recompensas e conquistas. E hoje estamos aqui para concluir apenas mais uma etapa entre tantas outras que ainda teremos que enfrentar. Não é um fim, mas apenas um recomeço.

Antes de entrarmos aqui, a maioria de nós - se não todos - passou por um momento de dúvida sobre que carreira seguir ou o que fazer. As opções eram muitas, e decidir nunca foi uma tarefa fácil. Porém, mesmo com todas essas opções, nesse momento fizemos a mesma escolha: cursar direito. Pode ser que alguns tenham escolhido essa carreira simplesmente por curiosidade. Outros já possuíam um objetivo mais definido. Outros, assim como eu, chegaram a se graduar em outro curso, mas, ainda sim, resolveram enfrentar mais cinco longos anos de graduação. O que posso afirmar é que todos nós entramos na faculdade dispostos a aprender mais e nos aprofundarmos em uma área que nos permitiria conhecer melhor sobre nossos direitos e deveres em um país onde a injustiça e a desigualdade sempre falaram mais alto.

É preciso lembrar também de que o Direito é uma das áreas mais conhecidas por atrair pessoas com poder de convencimento, ou como se diz, a famosa “lábia”. Certamente muitas vezes nossos professores e colegas tentaram, e, às vezes, até conseguiram nos convencer de uma série de coisas, pois, cá entre nós, nunca faltam argumentos para nossos futuros advogados aqui sentados. Aliás, no fundo, nós mesmos tentamos nos convencer inúmeras vezes, inclusive de que fizemos a escolha certa para a nossa carreira profissional. E hoje, ao final de cinco anos de muitas aulas, livros, leis, processos, relatórios, debates e inúmeros trabalhos podemos ainda não estar convencidos de nossas escolhas, mas uma coisa é certa: aprendemos que mais que provar aos outros as nossas verdades, a primeira pessoa a quem devemos total sinceridade é sempre a nós mesmos.

Acredito que eu possa também presumir que entre livros e processos, jamais algum de nós aqui sentados hoje esqueceremos do Mackenzie: seja pelos professores, seja pelas pastas de prática jurídica (ah que inesquecíveis!), seja pelas “desviadas e reboladas” para fugirmos de tantas faltas para que a média não tenha que se tornar um belo 7,0!, seja pelas grandes amizades que foram criadas.

E eu diria que as amizades ali criadas, foram muito bem cultivadas ao longo da faculdade com os “amigos” Portuga, Macfill, The Joy, Azaleia, passando pelo Vila Imperial, o sujinho... pois é, a Maria Antônia nunca mais será a mesma depois desta turma. Isso sem mencionar as inúmeras festas nesses cinco anos. Foram Bixurrascadas, Mackbixos, Bota Dentro, Bota Fora, Bota no Meio, cervejadas... enfim, tudo regado à alegria típica dos Mackenzistas de plantão.

Nesse sentido, também não poderíamos deixar de fora os nossos Jogos Jurídicos. Seja lá qual for a modalidade - handball, futebol, vôlei, basquete, rugby - nossos atletas estão sempre lá suando a camisa e dando o seu melhor e, claro, o Comando Vermelho Mackenzista sempre aparece para completar a torcida e animar a galera... mas como ninguém é de ferro, baladinhas à noite e a arena com o seu repertório musical de primeira qualidade (e cheia de “mulheres maravilhas”) fazem história e sempre rendem boas lembranças!
Enfim, aprendemos muito dentro e fora da faculdade e percebemos também que a vida é um eterno tribunal, onde as pessoas se julgam o tempo todo, dizem verdades e mentiras e se condenam às vezes por motivos incompreensíveis. Por isso, estudar o Direito é aprender mais sobre a vida e, acima de tudo, sobre nós mesmos. Ainda que tenhamos dúvidas do que fazer daqui pra frente ou que não estejamos convencidos se fizemos a escolha certa, sabemos que esses anos todos valeram a pena, pois hoje saímos daqui muito mais do que profissionais jurídicos: saímos daqui como pessoas em busca de objetivos melhores.

Sendo assim, espero que nossa dedicação não se reverta apenas em benefício próprio, mas que dela também resulte um país mais justo e igual. Que nossa carreira seja de sucesso, mas que esse sucesso possa também ser visto no rosto daqueles que tiveram seus direitos garantidos por uma constituição que poucos brasileiros sabem que possuem. Espero, sinceramente, que nosso poder de convencimento seja exercido a cada dia não para garantir que mentiras se tornem reais, mas para lembrarmos que a verdade deve ser dita e encarada se quisermos um mundo melhor.

Não podemos deixar de agradecer todo apoio incondicional que recebemos dos nossos pais a cada dia. Apoio este que nos fortalece e nos ajuda subir degrau por degrau no tempo e ritmo certos. Devemos ser gratos àqueles que um dia também estiveram em nosso lugar como meros estudantes, mas que resolveram dedicar parte de sua carreira à árdua tarefa de transformar estudantes universitários em verdadeiros profissionais. E claro, também agradeço aos meus queridos amigos e colegas, que, de algum modo, tiveram algo a acrescentar na minha vida, seja por demonstrações de amizade ou pela simples convivência em sala, mas principalmente por compartilhar comigo a tarefa de concluir um curso de forma digna e de poder, ao fim de cinco anos, ter orgulho de quem eu me tornei.

Por fim, finalizo o meu discurso com um trecho do escritor português Ramalho Ortigão “Ninguém é grande nem pequeno neste mundo pela vida que levam, pomposa ou obscura. A categoria em que temos de classificar a importância dos homens deduz-se do valor dos atos que eles praticam, das ideias que difundem e dos sentimentos que comunicam aos seus  semelhantes”.

Com isso quero dizer a cada um de vocês, queridos formandos, que independente da escolha que vocês fizerem - futuros advogados, defensores públicos, promotores de justiça, delegados, magistrados, procuradores – sempre exerçam a sua atividade de maneira honesta, digna e com humildade, pois o futuro promissor já está de portas abertas para nos receber.

Parabéns e muito sucesso a todos.