Thursday, March 20, 2008

~ La nonna ~

Meus olhos ainda estão inchados e cansados de derramar lágrimas. Não há o que fazer, é verdade. A razão diz para não chorarmos e a emoção deságua tudo que está lá dentro.
A verdade é que ela também já estava cansada. Sempre dizia isto. Com 88 para 89 anos, não podia mais cozinhar como antigamente, pois não tinha força em uma das mãos devido a um derrame. Aliás, acreditamos que desde estão, um pedaço dela já tinha ido embora. Nunca tinha visto uma vez sequer a nonna sem cozinhar. Mas ela teve que parar.
Foi a última de um total de 14 irmãos a se juntar a eles. Era uma mulher forte, cheia de vida e sempre rindo e falando um monte de coisas engraçadas. O riso dela parecia de uma criança de 5 anos e ela mudava de opinião como quem muda de calcinha...
- Filha, você está namurando?
- Não nonna!
- Face benne... é muito giovane ainda. Vá trabalhar e fazer suas coisas...
Ou então...
- Filha, você está namurando?
- Não nonna!
- Ah... vai ficar igual la zia Rosana... non pode! Tem que arranjar um namurado...
E assim ia.... sua língua era só dela. Como chegou no Brasil 9 meses depois que meu pai havia nascido e trabalhava somente em casa, ela não sabia falar o Português assim como o nonno. O que tinha de Português na língua dela era o que ela adiquiriu dos filhos. Era uma língua enrolada, mas que acabva se fazendo entender.
A gente sempre brincava que mal entrávamos na casa dela e ela já queria pôr alguma comidinha na nossa boca. Porque sempre estávamos magrinhas aos olhos dela... e ela só ficava feliz se você comia na casa dela e levava quilos de coisas para a sua casa.
Os almoços de Domingo eram os melhores. A família crescia e, consequentemente, a mesa de almoço já não comportava todo mundo, então, criou-se uma divisão: nesta mesa maior ficavam os adultos. Na mesa da cozinha, ainda sim tinham mais alguns adultos, mas um pouco mais novos. Na sala ficavam os vários primos almoçando sentados no chão na mesinha de centro ou com o prato na mão mesmo, no sofá. A nonna sempre vinha trazendo mais e mais macarrão. Depois vinham as carnes e as saladas. Depois vinham as batatas. As frutas eram as próximas e os doces eram guardados para o "café da tarde", depois que os homens já tinham tirado um cochilo ou assistido algum jogo e as mulheres limpado a cozinha inteira. E é era sempre assim. A nonna era a única que não sentava. Até ela sentar à mesa era um sacrifício. Não aguentava ficar parada muito tmepo e levantava de novo....
Ela era minha mãe por três longos meses... eu sempre ficava com ela quando minha mãe tinha que ajudar minha outra avó nas lojas de final de ano. Eu sempre voltava gordinha, afinal, era regada a muito macarrão e "leitucho" antes de dormir e ao acordar. O copinho era bem singelo, podem acreditar...
Enfim, poderia ficar falando horas da minha nonna aqui que não caberia todo o sentimento e a saudade que ela já está deixando. É uma dor profunda e sem comparação, mas sei que todos nós, um dia, cumpriremos uma fase da nossa vida aqui na Terra e continuaremos a cumprir tantas outras coisas em outros lugares.
Só espero que aonde ela estiver ela esteja bem.

Monday, March 17, 2008

Saturday, March 15, 2008

~ Long week. Almost finished week. ~


E que semana comprida... meudeusdocéu. Parecia que nunca ia acabar. O cansaço está me corroendo. A minha cabeça não consegue parar de pensar. Nem dormindo. Muito menos acordada. Eu queria que acabasse rápido.

Parte 1: A Odisséia de um projeto parte II
A iniciação, pelo menos, foi entregue... finalmente! Aliás, o capítulo dois da Odisséia foi com um final bem mais feliz, pelo menos por enquanto. Depois de discutir, assistir palestra, falar, pensar e conseguir parar alguns bloody minutes durante o trabalho – afinal parar em casa é impraticável já que mal durmo nela – eu consegui reescrever meu projeto. Siiim, eu desmanchei tudo o que eu estava escrevendo e escrevei novamente. A melhor coisa que eu fiz, pois acho que ficou tudo muito mais coerente. E até consigo achar que ele está melhorzinho. Já entrei com o pedido no Núcleo de Prática Jurídica e ele – o Dr. Orientador – ficou com o meu trabalhinho para ler e lembrar de mim no final de semana. E, não só isso, encher de correções, mas tudo bem, afinal, é por isso mesmo que eu o escolhi!

Parte 2: Sapos têm que ser empurrados para baixo da garganta
Enfim, a semana está acabando. A notícia mais bombástica que recebi esta semana ainda está sendo engolida. Aos poucos, mas ainda estou tentando fazer com que ela passe da garganta. O sapo engolido não foi o dos mais fáceis – nunca é quando se trata do sangue do nosso sangue. Mas, acredito muito que tudo vai ficar bem... Nessa situação, acabei até me rendendo a pedir ajuda... e a chorar no telefone algumas vezes no mesmo dia. Aliás, não só no telefone, como no carro, no banheiro, no quarto.. mas, enfim, tudo vai ficar bem, tenho certeza!

Parte 3: O(s) abraço(s)
Às vezes é muito bom ganhar abraços. Aliás, gosto de ganhá-los sempre. Acho que ando meio carente dos mesmos. Não dá mais tempo de abraçar as pessoas. Mesmo assim, queria deixar registrado que fiquei extremamente feliz em ter ganhado aqueles abraços que foram por demais inesperados e mais que especiais. Não sei que demonstração foi essa em plenos corredores. Mas confesso que foi boa. Muito boa.

Saturday, March 08, 2008

~ Odisséia de um Projeto ~


Ok, no começo eu queria, mas não sabia o que eu queria. Comecei a conversar com as pessoas do “ramo” que sempre estão ao meu redor para onde quer que eu vá, olhe ou respire. O primeiro a se “empolgar” com a minha “brilhante idéia” de fazer uma iniciação científica em pleno primeiro ano da faculdade foi o Dr. M.
Dr. M. foi super-hiper-ultra legal e me deu várias idéias. Vamos mexer com princípios constitucionais (detalhe #1: eu disse que eu queria algo que tivesse a ver com Constitucional). Adorei as idéias. Todas. Mas, infelizmente, temos que restringir o tema, afinal, não é um trabalho de conclusão de curso ou um mestrado, doutorado, enfim... restrinja-se, mocinha!
Neste pé, já estávamos no segundo semestre do primeiro ano. Nada saiu, afinal, o prazo inicia-se no começo do semestre e, claro, nada estava pronto, nem a idéia quiçá o projeto.
Desta forma, continuei conversando com meus queridos e o Dr.O. e Dr.B. me deram mais idéias acerca do assunto de principiologia. Ótimo! Já sei mais um caminho diferente. Fui conversar coma professora que não vai ser minha orientadora, mas que dava aulas de Teoria Geral do Estado e da Constituição e ela disse que seria difícil ela me dar uma dica, mas acabou de dando um livrinho super-rápido de ler e que por ser super-rápido de ler, eu não o terminei até agora. Vai entender.
O ano acabou, falei com o meu orientador: Juro que vou escrever o projeto agora nas férias e te mando, ok? Mandei? Óbvio que não. Férias são férias e mesmo que você não tenha férias do trabalho, você em ritmo de férias e não quer pensar a não ser naquele livrinho em inglês da Marian Keyes que você comprou há mais de dois anos, na visita às amigas na Ilha, na praia, no sol.... e o projeto??? Bem, o projeto não saiu nas férias.
Ok, começaram as aulas. Vamos pensar no projeto? Siiiiiim! Converso com outro profissional do Direito, o Dr.L. e este me pergunta o que eu to a fim de fazer para me ajudar. E não é que ele me vem com outra idéia que eu, num primeiro momento disse: Preciso pensar melhor... até mesmo porque eu nem conhecia a tal da Lei e não dá pra falar de uma coisa que eu nem faço idéia do que seja. Taí, gostei da idéia.
Fui falar com o orientador mais uma vez e ver se ele ainda topava me orientar e a resposta foi:
- Claro! Será um prazer!
Bem, eis que ele também gostou da idéia e disse:
- Ok! Vamos escrever o projetinho quando?!
- Hum... o mais breve possível, né? Se bem que nem saiu o edital ainda.
- Pois é... mas quando você se formar podemos pensar até em publicar um artigo, né?!
- Hum... why not?
Momento de brilho nos olhos, mas não por muito tempo. Desde então tenho tentado escrever o tal do projeto no próprio escritório, afinal é lá que passo a maior parte do meu dia. Escrevi. Enviei para várias pessoas me darem suas opiniões controversas ou que estivessem de acordo comigo, que me criticassem, me dessem idéias... para o Dr. O. eu cheguei a pedir que ele brigasse comigo, assim eu poderia criar argumentos mais fortes. Mas as pessoas também tem o que fazer e muito e ainda não deu tempo de ele brigar comigo, mas tudo bem também.
Gentedocéu! De repente me dei conta de que cansaço anda me atormentando e me impedindo de pensar direito. Escrevo um monte de asneiras e ainda tenho a coragem de mandar para as pessoas ler? Afe! E tem mais: ainda peço para que elas me dêem sua opinião sobre aquele projeto de projeto, mas como elas podem fazer isso se aquilo tudo que eu escrevi está um verdadeiro lixo?!
Eu preciso reescrever meu projeto – isso porque eu estou só no projeto por enquanto – e preciso pra ontem... sabe o porquê? Porque nesta semana, aliás, nesta Segunda - prazo imposto de mim pra mim - ele deve estar lindo, pronto e impresso, de acordo com as normas da ABNT, da faculdade e do raio que o parta para que eu entregue ao orientador assim ele poderá ler, corrigir e me devolver acabando comigo e com a minha vida acadêmica e dizendo:
- Então... fiz algumas alterações, mas até que não está ruim!
E aí ele me entrega aquelas míseras folhinhas que parece que sofreram tamanha hemorragia de tantas alterações que foram feitas. E o pior ainda é ter que ouvir que “não está tão ruim”! Meudeusdocéu! Preciso voltar a trabalhar e tem que ser agora!
Detalhe #2: Sexta-Feira é o prazo final deste semestre para a entrega de projetos de possíveis pesquisadores científicos. Vamos lá! Torçam por mim!

Thursday, March 06, 2008

~ It wasn't meant to be ~


Algumas coisas não têm explicação lógica. A tal da explicação nos foge do controle e da nossa racionalidade.
Gostaria de entender muitos porquês, mas não dá. Sou impedida de tal entendimento.
Há pessoas que merecem estar em outros lugares muito melhores do que estão agora, mas não estão. Será que era porque deveriam cruzar os caminhos de outras pessoas como o meu, por exemplo?
A velha frase do “não era pra ser” sempre aparece nestes momentos. Clichê ao máximo, mas acredito piamente que algumas coisas simplesmente não “são para ser”, sabe? Acredito que não adianta você querer insistir em certas coisas, pois elas nunca mudarão. Muito menos as pessoas que nestas situações estão envolvidas. As pessoas não mudam porque as outras querem... e mesmo que mudem, é sempre temporário, pois as coisas sempre voltam “ao normal” mais cedo ou mais tarde, afinal, não é da essência do indivíduo em questão.
Mas, enfim, a gente vai vivendo e aprendendo com as próprias pessoas e situações que acontecem no nosso dia-a-dia e eu tenho aprendido muito com uma porção de coisas... e tenho tentado deixar de ser tão teimosa e teimar naquilo que não existe, afinal, caçar as explicações para o inexplicável é pura perda de tempo.



(*) Texto escrito em 03/03, mas por falta de tempo, só posto agora... clandestinamente! hehe