Sunday, February 27, 2011

Sobre valores



Alguns valores humanos apenas se perdem com o tempo, desaparecem com o vento. Outros permanecem, mas raros são aqueles que os guardam consigo e os demonstram nas horas certas. Eu admiro a sinceridade das pessoas. Acredito que quando somos sinceros “doa a quem doer”, as coisas simplesmente são mais fáceis de lidar. Ou mais descomplicadas, como queiram. Não há nada como uma boa conversa para colocar os pingos nos “is” despingados.

A diferença está nos olhos. Olhamos nos olhos dos outros para buscar a sinceridade que há dentro deles. Procuramos a todo custo encontrar o que há de bom nas pessoas e nem sempre encontramos. Mais fácil encontrar aqueles que desviam, mentem ou omitem apenas para obter vantagens e deixar você de lado.

Por outro lado, quando encontramos alguém que, aparentemente, está sendo sincero com a gente, desacreditamos que isso ainda exista e/ou seja possível. A verdade é que estamos tão acostumados com aqueles que têm a natureza podre que esquecemos que ainda há pessoas extremamente interessantes neste mundo.

Ponto para a sinceridade alheia.

Tuesday, February 22, 2011

Lá fora

Da janela lateral enxergo as ruas lá embaixo. Os carros passam apressadamente. A brisa é escassa, mas permaneço ali. Inquieta e, ao mesmo tempo, longe. A vontade não falta... falta apenas a coragem de jogar tudo para o alto. Mas será que o risco valeria a pena?

Sinto que eu canso das mesmas situações a cada dia que passa. Nada é suficiente para fazer com que os outros sejam felizes ao seu lado. Ou, ainda, que os outros desejem estar ao seu lado, com a sua companhia. Aparentemente, você não basta para eles... sempre tem que haver algo mais, algo além. Não há certo ou errado, mas há o mesmo comportamento sempre. A repetição. O afastamento é quase que esperado. E quando ele não ocorre, é difícil de conviver. É difícil encarar que foi só isso e nada mais. Difícil perceber que o momento ficou no passado remoto.

Aí a vontade de ir se aguça ainda mais. O gostinho da distância começa a ficar ainda melhor. Não é uma fuga, mas sim, uma maneira de encarar as coisas de longe, como se ainda estivesse no alto do prédio e os carros ficassem cada vez menores e sem sentido.

Aqui dentro ainda restam as dúvidas, as mágoas e a incessante busca. Lá fora, só resta a chuva e a espera.

Friday, February 18, 2011

Passagens

Não adianta, simplesmente, bater na mesma tecla. Para tudo há o tempo certo. No entanto, nem para tudo há o porquê de ser. Não ouso mais encontrar palavras para tentar descrever de como foi "interessante" aquele encontro. Surgiu do nada e para o nada ele está voltando.

Friday, February 11, 2011

Sinais





Tentamos ler o outro. Ao menos, os seus sinais. Buscamos os olhos, acompanhamos os movimentos, esperamos o toque. O choque vem quase que simultaneamente. Os pensamentos ficam distantes, praticamente impenetráveis quando não diluídos em palavras. Dos mesmos lábios vêm os sorrisos... ah, os sorrisos. O conjunto vai tomando forma e fazendo com que o irreal sente-se ali: bem ao meu lado.


(*) Foto: 's/t' por António Matias

Tuesday, February 08, 2011

Corroendo

Não saber o que vai acontecer depois, a deixa esquisita. É inegavelmente uma pessoa controladora. Quer saber, quer fazer acontecer. Passa, então, a ter atitudes atípicas, conversas afoitas e sonos quase inexistentes. Se afoga nas coisas do dia-a-dia para que tudo passe rápido, sem cor nem sabor. O que fazer? Não sabe, não tem certeza. Fica meio perdida. Medo da rejeição. Outra vez a maldita rejeição. Sempre aparece quando ela menos espera.

Enquanto isso, a ansiedade corrói.