Wednesday, December 31, 2014

Ah... 2014!

Último dia do ano. Último dia do meu ano pessoal (estou me despedindo oficialmente dos 32 aninhos...). 2014 foi um ano intenso. Um ano atípico, de "primeiras vezes": primeira vez que tive um "quórum" considerável de amigos comemorando meu aniversário no fatídico primeiro de janeiro; primeira vez que tirei todas as férias acumuladas que eu tinha na vida (e as não acumuladas também); primeira vez que fiz mais de uma viagem internacional em um ano (yay!); primeira visita ao Mercado Municipal de São Paulo (é, pois é.. hehe); primeiro ano que "fiquei de castigo" em casa por tanto tempo por motivos de saúde (na verdade, por falta dela) e por aí vai.

Passei um tempo fora do escritório, que, na verdade, começou em 2013, mas, basicamente, teve sua passagem maior por 2014. Fui trabalhar na área jurídica de um banco, aprendendo um outro lado da profissão que eu escolhi para a vida. Nesse caminho, conheci pessoas maravilhosas com quem tive a oportunidade de conviver diariamente. Aprendi muito nesses tempos e fiz amizades para a vida inteira.

Conheci novos pedacinhos da terra do meu pai ao lado de uma das melhores companhias do mundo - minha irmã do meio. Revisitei a linda e inesquecível cidade londrina e finalmente conheci Praga (encantadora, como não poderia deixar de ser). Viajei para Boston com as "minhas crianças" que, além de não serem "minhas", de "crianças" não têm nada! hehe... Uma viagem deliciosa com novas experiências e pessoas bacanas. E, por fim, porém não menos importante, tive a oportunidade de conhecer a cidade que nunca dorme: Nova Iorque! Cidade grande, com um infinito de possibilidades a serem exploradas. O sentimento que fica é o de querer ver mais, explorar mais, conhecer mais... (um dia eu volto!).

Nesse ano eu consegui voltar a ler alguns dos trocentos livros que eu compro compulsivamente como se não houvesse amanhã (claro que não li nem a metade, mas já estou no caminho! rs), passei a andar mais de transporte público e, consequentemente, observar mais as pessoas que moram nessa cidade imensa. Consegui refletir um pouco mais sobre as minhas escolhas, apesar de isso não querer dizer que cheguei a alguma conclusão... Fui mais ao cinema, revi amigos queridos que eu nunca tinha tempo de ver. Viajei mais para a praia, aproveitei mais a companhia da minha família. Tentei mudar alguns hábitos, passei a ir para a academia de ginástica regularmente, quis ser uma pessoa mais saudável.

Apesar de ter sido um ano rico em aprendizados e desafios, posso dizer com segurança de que o meu maior desafio está sendo passar esse final de ano com a confiança de que tudo vai ficar bem em 2015 e de que sim, eu vou me curar. De repente o Universo te vira do avesso e chega a hora de parar e realmente refletir sobre o que você anda fazendo ou deixando de fazer. Foi um final de ano difícil, não tenho como negar isso. Tive que aceitar uma nova condição que a própria vida me impôs. As mudanças físicas virão, mas as emocionais são por minha conta.

Como escrevi há algum tempo atrás: "não sabemos o quão forte somos até que, de fato, precisamos ser" e realmente não fazemos ideia dessa força que existe dentro de nós (ou, ao menos, eu não fazia ideia dessa força). Descobri como nesses momentos um olhar amigo, um abraço forte, uma palavra de conforto ou uma simples mensagem perguntando "como você está" fazem muita diferença. Também percebi que, infelizmente, nem todo mundo é tão bacana quanto eu achei que fosse, mas tenho certeza que isso também é parte do aprendizado.

Adotei um novo mantra para a minha vida, "viver um dia de cada vez". Pode parecer bobo, mas, para mim, tem feito um bem imensurável pensar assim. Logo eu que sou uma pessoa extremamente ansiosa e agitada, tive que parar de planejar e realmente viver o que tenho para viver no dia de hoje, sem me preocupar com o que vai acontecer amanhã. Não, não é fácil, mas estou aprendendo. Estou aprendendo também a ser um pouco mais otimista e tentar encarar os fatos com uma maturidade que eu nem sei se eu tinha antes. Aprendi a dar um novo significado à palavra "família" que, muito mais que pessoas ligadas por laços de parentesco, são aquelas pessoas que aconteça o que acontecer, custe o que custar, estão lá por você. Engraçado como no final do dia cada um com o seu jeito e suas convicções se torna uma peça de um quebra-cabeças onde cada qual tem sua importância e se encaixa de maneira perfeita.

Enfim, foi um ano de experiências incríveis, de conhecer (e re-conhecer) pessoas. Ano de aprendizados, desafios, aproximações, muitas alegrias, mas também de muitas lágrimas. E eu agradeço por cada momento passado, cada reflexão, cada aprendizado. Não importa quantas lágrimas ainda virão aos meus olhos, eu sempre vou tentar vestir o meu melhor sorriso e encarar tudo de frente, do jeitinho que tiver que ser.

Que venha 2015!

Monday, December 08, 2014

"Vai ficar tudo bem"

Entre sorrisos soltos, lágrimas escorreram dos meus olhos, sem que eu tivesse o menor controle sobre elas. As lágrimas traduziam a minha surpresa diante dos novos fatos que me foram apresentados. Minha mãe, sentada ao meu lado e já sabendo de tudo muito antes de mim, segurava uma das minhas mãos entre as suas duas mãozinhas e a apertava na medida em que eu chorava. Ela me dizia muitas coisas, mas eu só conseguia ouvir (e dizer para mim) "vai ficar tudo bem".

Foi mais que uma surpresa, um completo choque. Você não imagina que determinadas coisas acontecerão com você até que elas, de fato, acontecem. E podem acontecer com qualquer um, você sabe disso, mas jamais está preparado para tal.

Naquela noite, há exatas duas semanas atrás, fiquei cercada pela minha família. Foi uma noite difícil. Uma noite sem fome em que eu precisava mastigar e digerir toda a informação recebida. Uma noite longa, cheia de reflexões involuntárias. A distração era praticamente impossível diante do cenário. Depois que todos dormiram, fiquei só, sem sono, sem saber o que pensar exatamente. Milhões de pensamentos passam pela cabeça e, ao mesmo tempo, existe um vazio inexplicável. Uma vida passa diante dos olhos. 

Apesar do susto, depois de duas longas semanas cheias de exames e visitas médicas, consigo pensar e conversar sobre o assunto com tranquilidade e, de quebra, ainda fazer algumas piadinhas sem graça para não deixar tudo ainda mais pesado que é. Nessas duas semanas também descobri que tem muita gente querida que torce por mim no matter what que eu sequer poderia imaginar. Pessoas que me conhecem há anos ou que eu simplesmente encontrei uma única vez na vida me mandam mensagens lindas e energias positivas sem fim. Não há palavras para agradecer tanto amor e carinho em forma de palavras, é tudo realmente muito especial.

E assim vou dando mais um passo nessa vida, tendo mais um aprendizado, estreitando ainda mais alguns laços. É tempo de refletir, de passar a enxergar algumas situações com outros olhos e a dar valor ao que importa de verdade. Não vou mentir que existe em mim um certo grau de medo, afinal, é complicado lidar com o desconhecido, mas, ao lado do medo, também existe uma certeza: "vai ficar tudo bem".