Sunday, September 30, 2007

* Desmoronar *

Revendo ver a casa, esta, em fama e idéia. Só por fora, com efeito; (...) Dizendo, formo é a estória dela, que fechei redonda e quadrada. Mas o mundo não é remexer de Deus: - com perdão, que comparo.
Oficial pedreiro, forro, eu era, nem ordinário nem superior; de chegar a mais, me impedia esse contra mim de todos, descrer, desprezo." (*)
Desconstruir para construir o novo. Desmontar, retirar... jogar fora um bando de entulho que tem neste armário, neste quarto, nesta vida. Afe... quanta preguiça de começar. Na verdade, nem sei por onde começar, nem sei aonde é o começo de tudo. A vida está de pernas pro ar e está me dando oportunidades as quais não consigo enxergar, pois tudo anda nebuloso, bagunçado, un casino!!!! Preciso retirar o velho, dar espaço do novo, já sei disso, só ando preguiçosamente preguiçosa... apenas pensando, colorindo e pensando mais um pouco. Não tenho vontade de levantar desta cadeira a não ser se for extremamente necessário. Aí você me pergunta: a mudança, pra você, não é extremamente necessária? Sim, é.
Então vai, mas vai logo antes que a vontade passe e você fique aí, sentada, pensando, pensando e não indo a lugar algum.
(*) Trecho do conto "Curtamão" da obra "Tutaméia", de Guimarães Rosa. Uso da linguagem quebrada de um humilde pedreiro que destrói para contruir, reconstruir.

Friday, September 28, 2007

* Prazer, Fernanda Cristina *


Numa aula entediante qualquer...

E eu quero que sua máscara dura caia e que você me dê uma chance de conhecer o que há por trás dela. E eu quero que você continue sendo encantador e continue me encantando com seu charme e inteligência. E eu quero, também, que você abra espaço para que eu entre - até certo ponto - na sua vida. E eu quero saber da onde você veio e para onde você vai. E eu quero que você abra as suas verdades e deixe que eu as conheça. E eu quero que você mude a minha vida ou, ao menos, interfira nela de alguma forma. E é só isso que eu quero!

Não é necessário qualquer envolvimento carnal. Não é necessário que você goste de mim como mulher. Não é necessário que você tenha qualquer contato mais profundo comigo. Só quero saber o que tanto me encanta e descobrir o porquê você chega a ser tão interessante que consegue me desconcentrar e me fazer pensar em você por mais tempo que o necessário.

Thursday, September 27, 2007

* Astonished *



I'm speechless lately... is that the reason why I haven't been able to put my secrets into words or may be because there are some stupid people around me who are looking for trouble?!

Maybe it's because there is a few people that still surprise me and make me realize that I'm alive in this huge world full of shit and liers... Surprise!!!

Saturday, September 22, 2007

* The lonely street of dreams *

"Like a drifter I was born to walk alone
'Cause I know what it means
To walk along the lonely street of dreams"
(Here I go again - Whitesnake)
Life has been crazy lately. I have been forced to stop and think about a million things I didn't want to. And, believe it or not, it makes me sad. People haven't been acting the way I expected. They dissapointed me in so many ways. And I don't know if my expectations were way too high or if they really are this way and I just never realized it. Yes, people can disappoint me very deep inside. When I finally realize what is going on, I become delusional with situations that I can be involved. I don't believe people can have true love anymore. Actually, they can even feel it, but they won't admit it, cause they are afraid of having feelings. On the other hand, they can not feel it ever or pretend to feel, just for fun... in case there is any fun on pretending, I don't know. World has become a big thing without sense. Some things are never told and we let life lead its way, without thinking on what would be the real sense of living. Is it having a brand new car? Is it about having a good job where you can get enough money to afford your dreams? Is it to have a true love without thinking if this true love is for real? Is it have a perfect family with small little kids running around? I don't know. Im' not sure of what I'm doing with my life and I don't believe in love anymore. Maybe I'm starting to believe that someone invented it so on Valentine's day they would have all the shops full of crazy people buying all kinds of products. Maybe it does exist - why not? - but only for some people. Maybe there is a soul mate out on the streets and I even passed by this person, but I haven't seen him, because my eyes are wide shut. Because my seashell doens't allow anyone else inside and I'm not sure how much time is going to take to open it again...


Thursday, September 20, 2007

* Por que eu sou assim? *



“Sua piscina está cheia de ratos
Suas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não pára
Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não pára”

(“O tempo não pára” –Cazuza)
Ando me questionando em relação a algumas muitas coisas...
As pessoas vêm e pisam, falam mal, ferem com as palavras, mentem e eu ainda tenho vontade de ir lá e dar uma palavra de consolo quando eu sei que as coisas não estão bem.
Elas não me cumprimentam e deixaram de ser um fantasma que habitava apenas minha imaginação cotidiana. Mesmo não me conhecendo nadinha de nada, falavam de mim aos quatro cantos e alto, para quem quisesse ouvir (ou ler, como preferir). Já “fuçaram” o bastante nas minhas coisas em busca de pequenos indícios que mostrassem eu ser uma possível vadia, mas não encontraram, pois não sou. E, mesmo assim, elas continuaram me difamando por aí. Não ficaram felizes em saber que eu estava quase namorando (mentira deslavada e maior impossível) da boca dos outros, pois isso não bastava. Talvez, pra elas, apenas a morte fosse o bastante. Mas nada disso me irrita ou atinge, por incrível que pareça. Pelo contrário, o que me deixa extremamente irritada, na verdade, sou eu comigo mesma. Estranho? Pode ser. Só sei que me irrita essa coisa dentro de mim que é um toque de bondade infinita que apesar de todos os pesares já passados, ainda queria escrever algumas linhas pra consolar essas pessoas. Aliás, não só essas, como até mesmo conversar com outras também que, na realidade, nem lembram – literalmente – que eu existo. Interessante, não? Será que Freud explicaria este fenômeno incomum? E pior ainda é que aqueles que não lembram quem é a “Fê” já mentiram tanto, mas tanto que não mereciam nem ao menos meu educado e amável “Oi”. A mentira ainda é uma das coisas que mais vai contra os meus princípios. É mais do que isso. É imperdoável. Eu não consigo brincar com o sentimento dos outros. Nem dormiria direito caso isso fizesse.
Não, eu não me conformo comigo mesma e com as minhas não-atitudes. E que fique bem claro que este “não” das “não-atitudes” é conseguido a muito custo com muito exercício de racionalização. Afe!

Saturday, September 15, 2007

* Resposta a um e-mail... *

Sim, somos muito distantes uma da outra, concordo plenamente. Você gosta de uma coisa, eu gosto de outra. Você gosta de uma comida, eu de outra. Uma roupa, idem.... e assim por diante. Realmente, aconteceu com o tempo e as circunstâncias – ao meu ver – por sermos tão diferentes e, segundo algumas pessoas, tão parecidas ao mesmo tempo. Fazer questão de conversar? Pois é... você nunca fez muita questão nem de vir me dar um oi, quanto mais conversar e como já disse sermos diferentes, nossas conversas também eram extremamente distintas uma da outra. Não, não me entenda mal. Não estou te culpando ou me culpando de nada, mas acho sim que existe uma larga diferença entre nós em diversos aspectos, inclusive na nossa idade, no nosso modo de ver as coisas, pensar e agir.
Já cheguei mesmo a dizer que tinham dias que eu não suportava olhar na sua cara. É verdade, não vou mentir. Mas, muitas vezes você também não fez a mínima questão de olhar na minha. E, por favor, não jogue toda a culpa em mim. Ninguém – nenhuma de nós duas – é completamente santa ou completamente vilã nesta história toda. Isso é viver.
Discordo com você no ponto em que afirma que eu tenho preferência por uma ou outra. Não tenho preferência não, não é bem isso. Acho que o que você quis dizer é que tenho mais afinidade com ela que com você, mas isso não quer dizer haver preferência. Você também tem mais afinidade com ela que comigo, o que eu acho completamente normal, pois cada um se identifica com a pessoa que está mais próxima daquilo que ele quer.
Entenda que, assim como você, eu também não estou reclamando e nem culpando ninguém, só estou dizendo.
O dia ao qual você se referiu, não foi um dia em que ela estava no intercâmbio não... ao contrário de você, eu lembro muito bem deste dia: foi o dia mais triste pra mim naquele determinado ano. Eu não queria me abrir com quem quer que fosse e não era nada pessoal com você e, mesmo não sabendo qual era o meu problema, você soube dar o que eu mais precisava: um abraço, um conforto. E não pense que esqueci disso não. Eu nunca esqueci que você foi a primeira pessoa que esteve ao meu lado mesmo sem saber o porquê de tantas lágrimas escorridas. Eu não esqueci!
Antigamente, realmente eu sentia mais confiança em uma que na outra... mas, de uns tempos pra cá, não tenho mais nada a confiar a ninguém. Não tenho segredos com ninguém.... tanto é que converso com você de vez em quando e, muito aos poucos, te conto algumas coisas que se passaram durante os anos que eu achei que você jamais entenderia o que eu estava passando, mas agora, já somos grandinhas e sei que você entende muita coisa... a única coisa é que não tenho mais segredos... e você não tem mais interesse.
Eu concordo com você que muitas vezes faltou espaço entre a gente, mas eu procurei mudar isso em alguns momentos. Não vou dizer que consegui obter sucesso em tudo, algumas coisas também são difíceis pra mim, acredite, mas eu não gosto, por exemplo, do egoísmo da sua parte ou de você dizer alguma coisa na frente de alguns e quando estes viram as costas você muda de idéia como num passe de mágicas. Também não gosto do seu jeito de chamar a atenção dos outros, pois como eu já disse milhares de vezes, você não precisa nem um pouquinho disso.
Fiquei chateada sim por você não ter se dado o trabalho nem ao menos de dizer que não gostaria de ir àquela festa por e-mail ou até mesmo por bilhete ou de nunca ter me escrito sequer uma linha num testimonial qualquer, mesmo quando eu escrevi pra você. Não estou jogando na sua cara, só estou dizendo o motivo pelo qual me chateei. Talvez seja bobeira da minha parte, mas foi assim que me senti também. Se eu continuar tentando sozinha, realmente não acho que chegarei a lugar algum.
Minha forma de gostar de você é a mesma, no entanto, cada um é cada um e meu jeito de demonstrar que eu sempre amei você e amo de verdade talvez não tenha sido o melhor, mas era como eu sabia mostrar. Talvez eu brigasse muito para você comer melhor, para ter uma vida saudável. Talvez eu chamasse sua atenção para estudar mais pra ver se você aprendia a ter ambições na vida além de ficar na frente da televisão comendo tudo o que via pela frente e pensando em arranjar um marido qualquer que te sustentasse. Talvez eu brigasse com você por você não respeitar meu espaço e não saber pedir, ao invés de simplesmente pegar as coisas e não cuidar. Mas nem por tudo isso eu deixei de te amar. Jamais.
Bom, mas com tudo e por tudo, fico feliz que tenha sido sincera comigo e é bom saber que você não faz mais questão nenhuma de estar ao meu lado, só espero que você tenha falado isso de coração e não porque alguém acha isso e você acaba achando também.
O que você precisar, eu sempre estarei aqui, seja de qual forma for. Desculpe pelos meus erros e tolices...
Eu amo você e você sempre será a caçulinha...

Sunday, September 02, 2007

* Subterfúgios *



“Nas ruas de outono
Meus passos vão ficar
E todo abandono que eu sentia vai passar
As folhas pelo chão
Que um dia o vento vai levar
Meus olhos só verão que tudo poderá mudar”

(Ana Carolina – “Ruas de outono”)

Na ânsia de viver um pouco dentro e um pouco fora da realidade, a gente acaba indo em busca de subterfúgios e pequenos esconderijos onde eu possa vir à tona e me esconder novamente.
É bom fugir um pouco da realidade, ou deixá-la parecer transfigurada a olhos nus e recobertos com alguns tecidos que ainda que sejam transparentes demais, nos trazem às claras outras tantas meias-verdades.
Da outra vez, minha reação foi chorar por uma pessoa que sequer lembra da minha existência... desta vez, só consigo me lembrar de sorrir muito, falar um monte de besteiras engraçadas, um monte de bobagens passageiras e cair (literalmente!) de felicidade. Ainda bem... melhor assim! Nada como um dia após o outro. Foi bom até mesmo no aspecto familiar, para dizer algumas verdades para uma das pessoas que eu mais amo nesta vida e que eu sei que decepcionei ao me mostrar fraca neste ponto, mas sei também que consegui dizer coisas que jamais teria dito num estado comum de consciência.
Às vezes, há males que vêm para o bem e talvez eu precisasse mesmo de um pequeno “chacoalhão” para mostrar que eu preciso, de fato, me divertir mais, sair mais da minha toca e deixar que as coisas simplesmente aconteçam... naturalmente!