Wednesday, November 24, 2010

Saber escutar


Entendo a vida como um aprendizado constante. Desde que nascemos aprendemos a engatinhar, a falar, a chorar para chamar a atenção dos outros, a andar e assim por diante. Aprendemos a cada dia com as pessoas ao nosso redor. Em determinada fase, levamos totalmente em consideração o que os nossos pais falam: os conselhos, as broncas, as atitudes que devem ou não devem ser consideradas no meio social. Em outra fase, nos revoltamos com diversas coisas que nos foram ditas e colocadas como verdades absolutas para as nossas vidas. E vamos contra isso. Tomamos tombos, levamos chutes, pontapés, mas sempre nos levantamos, sacudimos a poeira e bola pra frente.

Os pais, no entanto, também têm a sua vez de aprender. Aprendem com os filhos que acabam recolhendo outras informações fora de casa e trazendo para o meio em que vivem, criando a sua própria maneira de ver o mundo. Na qualidade de filha vejo que, a cada dia, nos desprendemos de alguns valores (incluo todos no “nos”, pois acho que é parte do cotidiano de muita gente por aí), por mais difícil que seja fazê-lo, e nos destacamos em outros, “vindos do berço”. Assim, ocorre toda uma troca, muitas vezes de difícil aceitação para os pais. Por outro lado, vejo essa troca como saudável e necessária para todos, como uma espécie de atualização e de conhecimento, sobretudo quando os pais sabem ouvi-la e detectar o que você realmente quer dizer.

Não há partidos a serem tomados em alguns casos, por mais que eles nos queiram forçar a ter, mas há caminhos e chances e um mundo de outras possibilidades que as pessoas, muitas vezes, apenas não enxergam ou não querem enxergar.

Não sou mãe ainda e nem sei se um dia serei (a coisa anda meio complicada! haha), mas sei que todos (e me incluo nisso) temos que aprender a ouvir mais os outros e, desta escuta separar, de fato, “o joio do trigo”, sem mesquinharia, sem achar que nós estamos sempre certos, sem assumir que a verdade absoluta está sempre em nossas mãos. Temos que aprender a ouvir e ver o que de fato pode se aplicar na nossa vida e poderá ser levado adiante.

Saturday, November 20, 2010

Lentes polarizadas


Eu tomaria outra cerveja. E mais uma. E outra. Sem medo, sem culpa. Pela primeira vez falei para um “terceiro” sobre o que realmente já passou na minha cabeça. Sobre alguns dos meus medos, algumas das minhas autocríticas... alguns dos meus pensamentos sobre mim mesma. Verdade seja dita, nunca havia escancarado assim as minhas tolices. Sempre com parcimônia, sempre com cautela. Dessa vez não. Preferi falar. Na verdade, foi tudo muito natural... é como se estivesse perto de um psicólogo que já conhece toda a minha história e passasse a analisá-la a cada palavra nova dita. Não medi palavras. Falei sobre as limitações... as minhas chatas limitações.

Não sei o que há ali naqueles olhos. Eles sempre me intrigaram e continuam a me intrigar depois de ano. Gostaria de entender um pouco mais. Ficam levemente escondidos atrás das lentes de aumento e os tornam um pouco intimidadores em certos momentos. Em outros, apenas curiosos... apenas esperando o que há para ser revelado.

Para mim, não existem mais jogos. Antes existiam joguinhos bobos de paqueras passageiras, mas agora? Agora não. Agora são sempre as verdades. Às vezes doloridas, às vezes, infundadas... às vezes, apenas verdades.

Estava despindo peça por peça do meu particular. Estava mostrando os reais contornos da minha realidade, por meio da minha própria lente polarizada. O relógio saltou aos meus olhos. Hora de ir embora.Hora de voltar à realidade... velha conhecida. Hora de ir embora e saber que não haverá outro encontro assim tão cedo, por mais próximos que estejam os pares.

Poderia ficar ali por mais outra cerveja. Não tenho pressa... o gosto vem à boca e desce lentamente pela garganta. Não tem o porquê correr... não temos hora marcada. Poderíamos ficar, mas a razão sempre fala mais alto. Conversaria mais. Ficaria mais bêbada. Outro gole. Os pensamentos fluiriam e eu revelaria o que há dentro de mim. Não o que há de sentimentalismo barato... mas o que há de puro e de verdadeiro. Talvez contasse sobre outros sonhos, outras vertigens.

As angústias ainda ficaram guardadas e as inseguranças não pude revelar. Talvez goste e me apegue à ideia de que seríamos realmente perfeitos juntos. Talvez me apegue realmente à ideia de que seríamos muito perfeitos juntos. E lembro, sem ter que fazer muito esforço, que hoje, exatamente hoje, estava num outro lugar... falando sobre futuro, sobre mestrados em Londres, vivenciando possibilidades já não tão possíveis e discutindo com o meu inglês na frente de um hotel qualquer as promessas de uma noite. Apenas aquela.

Talvez minhas próprias palavras tenham revelado tantas outras coisas que nunca tive coragem de revelar à mim mesma, mas isso, só o homem poderá me dizer um dia.



* Foto por: Henrique Oliveira Pires (www.1001imagens.com)

Thursday, November 18, 2010

Des-apegando

Ah você... tento não querer entender o que há em você que tanto me atrai, como se um ímã fosse. Poderia passar horas por perto e me perderia nelas se todas as vezes que nos encontrássemos, nossas conversas fossem assim. Leves. Gostosas.

Tem dias que eu adoro te ter por perto. Que, aliás, quero te ter por perto... porque você me entende e não preciso de grandes explicações. As palavras fluem. Em outros dias, no entanto, quero ficar longe. Não quero te ver, não quero falar. Fico fechada, me escondo. Fujo de você.

Não, eu também não entendo a dicotomia, a bagunça. Tudo se instala e desinstala num piscar de olhos. Brigo, fico longe, não respondo suas mensagens... mas, de repente, estou perto de novo. É forte. E, enquanto eu estou bem, continuo indo e aceitando a condição... mas quando não der mais, te darei um beijo na buchecha, despendindo-me por um tempo indeterminado.

Wednesday, November 17, 2010

Tem que ser assim?

Ando desejando que as coisas se encaixem na minha vida. Simplesmente se encaixem, com o soprar dos ventos. Sem esforços, sem medidas exatas... sem pensar em encaixar, apenas se entrelaçarem, sozinhas, sem ajuda. A gente corre demais, sofre demais e o tempo, ah o tempo... esse passa depressa demais. E quando percebemos, deixamos as pessoas que mais amamos para trás, pois não temos tempo para elas. Deixamos as coisas que realmente importam, perderem sua importância, porque sempre há algo mais importante. Nos tornamos duros e frios porque, para se encaixar, temos que ser assim. Temos que ser sérios, que nos impor e neste espaço não cabe sentimentalismos baratos. Não cabem conversas "de se jogar fora", pois o tempo é, literalmente, dinheiro. E tudo gira em torno do dinheiro, da ambição.

Assim, tudo o que a gente aprende quando é pequeno, vai, aos poucos, caindo em desuso e nos tormamos, simplesmente, mais um na multidão.

Sunday, November 07, 2010

I'm looking for...


A meaning. A real meaning. I'm tired of been meaningless to people. I want the real thing. The real tingles and real lovers. I want to spend a moment without worrying about the future. It will come anyway. Thnking or not thinking about it.

I want to enjoy the moment. Even if I'm alone in my own bedroom. In my own little world.

Just looking for the meaning of things. And trying to give some meanings to the ones around me.