Os pingos caem lá fora e a tempestade se instala ali dentro. Não há pra onde correr e nem o que entender, já está tudo assim, explícito. E por que ainda tentas? Por que ainda acreditas que as coisas mudarão? Por que se apegas em detalhes? Detalhes que já foram levados pelas pequenas correntes da chuva que se formam nas quinas das calçadas e caem no bueiro mais próximo. Não sabes o porquê.
Pare de tentar adivinhar, de criar teorias, distorcer ideias. Tudo não passa de hipóteses que moram na sua cabeça. Cabeça cheia de imaginação... ah, a criatividade.
Talvez estejas tentando se autofirmar. Tentando encontrar tudo o que foi perdido há tempos e jamais será recuperado. Talvez estejas tentando buscar uma resposta para o não querer alheio. Tudo foge ao seu controle, tudo foge muito rápido. E suas vontades, cada vez mais minimizadas, ficam ali dentro, escondidinhas, criando pequenas tempestades.
Espera-se, apenas, a calmaria.