Lá estava ela. Em pé, de blusa vermelha, calça jeans e tênis. Óculos de grau. Encostada em uma das grandes paredes, ela esperava. Oito anos se passaram desde a última vez em que nos vimos. Ela tinha vindo para o Brasil nos visitar na época de carnaval, em 2004. Tanto tempo passou, tanta coisa mudou e lá estava ela: esperando.
Lago Michigan (outubro de 2012) |
Nos conhecemos por meio de um programa de intercâmbio. Morei na casa dela por seis meses (inesquecíveis!) em 1998. Trocamos impressões, pontos de vista, ideias. Aprendemos a cultura uma da outra dia após dia. Ela aprendeu um pouco de português, eu melhorei (e como!) o inglês. Fiz amigos, aprendi a viver em uma cidade do interior, cresci. E, depois de doze anos, resolvi voltar.
Saí pela porta automática procurando minha mala, meio perdida. De repente, eu a vi ali, parada. Sua única reação veio por meio das lágrimas que começaram a escorrer sem muita explicação. Abri o sorriso e os braços. De repente eu percebi que eu não podia estar em nenhum outro lugar se não ali: estava mais feliz que nunca de poder voltar lá depois de longos doze anos.