Saturday, May 14, 2011

Catavento

Parece que parei no tempo. Ou que a vida já passou no trem das 8:00hs e eu fiquei na plataforma esperando o próximo trem que não chega. Parece que por mais que eu corra e não tenha tempo para praticamente nada, ainda sim, o tempo sobra nas minhas mãos e aí, fico sem saber o que fazer dele. Olho para um lado e para o outro e não sinto mais as vontades de antes. Sinto outras, porém inalcançáveis. Vou deixando o tempo me levar pelas mãos e me guiar pelos caminhos, sem um rumo definido, sem ter controle sobre nada.

É como um catavento. O vento assopra e vai empurrando cada parte da nossa vida. Empurra, empurra, mas continuamos sempre no mesmo eixo. Em determinados momentos, o vento é rápido e contínuo e trabalhamos a todo vapor. Sabemos o que fazer, pra onde ir, fazemos planos que nem sempre se concretizam, mas que ao menos existem de alguma maneira. Em outros momentos, entretanto, o vento sopra devagar e lentamente e sentimos o peso de cada passo, cada decisão, cada escolha. O ritmo se torna espaçado, entramos em dúvidas que se tornam em saudáveis pensamentos. Por fim, há simplesmente os momentos em que o vento não chega e ficamos estagnados com o que temos. Nada de expressivo acontece e vamos vivendo um dia após o outro sem saber muito bem para onde estamos indo. Aparentemente aquela parcela que deveria ser empurrada para frente, não é. E ficamos ali... naquele mesmo lugar, procurando qualquer sarna que seja para se coçar e encontrando apenas o nada.



(*) Foto do site www.cacareco.net 

1 comment:

Cilene said...

Sei o que vc está sentindo! Já me senti muito assim. Mas acho que você pode fazer valer a pena. A gente tem muito medo de sair da zona de conforto... planeje viagens, conheça pessoas, crie a motivação que lhe falte. Uma amiga minha saiu numa escola de samba esse ano... acho que coisas assim podem fazê-la se sentir melhor. Há uma frase do GRANDE Guimarães que eu amo e ela diz: "Quando nada acontece, há um milagre que não estamos vendo".
Acho que ele tem razão! =)