O trânsito parou. De novo. Olhei pela janela à minha esquerda e percebi aqueles pés juntos por entre os canteiros centrais da Consolação. Pés sujos e semi-descalços na manhã da terça-feira nublada. Vestia calças compridas e escuras. Estava enrolado em outros trapos, mantinha a posição fetal. Os cabelos engruvinhados davam forma àquela cabeça abaixada.
Apertei os olhos para conseguir ver o que ele olhava com tanta atenção. Para a minha completa surpresa, muito concentrado, ele escrevia em um caderno grande. De pautas.
(*) Arquivo Pessoal |
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