Saturday, July 13, 2013

O caos de dentro

É quando ela para sua rotina que tudo vem: pensamentos embolados, sentimentos ambíguos. A vida vai indo, sem que ela perceba o tempo. É como se não houvesse amanhã. Inspira. Está sempre atrás do relógio, atrasada, correndo. Dirige, lê, responde e-mails, se maqueia: tudo junto. tudo ao mesmo tempo. As coisas passam rapidamente pelos seus olhos, pelos seus ouvidos e até mesmo pela sua memória.  O estômago reclama. Chega a esquecer de comer. Respira.

(*) Arquivo Pessoal: grafite d'Os Gêmeos
Escolheu viver assim, mas nem ela se entende. Em alguns momentos pensa em jogar tudo para o alto, virar hippie e ir morar na comunidade. Em outros tantos, tem toda certeza do mundo que escolheu o caminho certo e o continua seguindo.

Divide-se entre seus dois mundos: o que ela vive e o que ela deixou de lado. Está sempre na linha tênue entre o carinho e a dureza. O coração endurece com o tempo, mas sempre há alguma coisa no caminho que a faz voltar e amolecer um pouquinho. Mais uma vez.

E é na calada da noite, quando ela para finalmente para ter o "seu" tempo, que ela percebe que está abrindo mão de muita coisa em busca de uma felicidade qualquer, ainda que clandestina. 

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