Arquivo Pessoal (caminho para Itajubá) |
A mala se apronta rapidinho, os guias vão dentro da mochila e o gostinho de desbravar mais um lugar do mundo gera a ansiedade na boca do estômago. Conta-se os dias. A vontade é sempre de ir mais; ir além. E andar por entre as ruelas, ver gente diferente, conhecer novos caminhos. Deitar embaixo da árvore, ver o sol se pôr, ouvir os passarinhos. Visitar museus, comer comidas exóticas, rever amigos. Andar, visitar, conhecer, matar saudade. Um mundo - literalmente - de possibilidades.
A verdade é que alguns pedaços são deixados pelo caminho e outros tantos são recolhidos. Em cada viagem, nos tornamos uma colcha remendada de retalhos. A gente deixa de ser o que era em diversos aspectos. Ao mesmo tempo, um pouquinho do que somos fica nos lugares. E a colcha vai se refazendo. Fazemos planos de passeios, esperando as novidades. Para alguns, espaços curtos de tempo. Para outros, verdadeiros planos de vida. As novas aventuras esperam para serem vividas, os horizontes precisam ser percorridos. E o frio na barriga continua ali, a cada novo dia que chega.
Às vezes, os lugares se repetem, mas os momentos são tão outros, que nada se torna igual como antes. O cheiro fica guardado no coração. O sentimento é de busca, a sensação é de paz interior. A cabeça descansa enquanto os olhos fazem seus próprios recortes para aqueles retratos que sempre ficarão guardados, independente de papel...
A cada viagem, uma imagem diferente, um novo encanto. Sempre volto com o coração apertado por ter deixado tantas coisas para trás. E a vontade de ir novamente jamais passa. Um sorriso largo, um medo gostoso, uma lágrima escorrida e a certeza de que esse amor nunca ninguém vai me tirar.
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