E me alimento nas poucas palavras que são direcionadas a mim quando você tem vontade.
E me alimento de diálogos possíveis, diálogos inventados, diálogos esperados.
Não me importo.
Mas fico meio assim de estar gostando demais da situação. Ou, ainda, de estar me acostumando com ela.
Sei que não pode dar aquilo que eu quero; aquilo que eu espero.
Porque, se eu for ser sincera, a verdade é que eu quero mais. Mais do mesmo.
Sei também que não quer se enrolar numa teia; que quer ter sua liberdade preservada.
Mas sei que, no fim, é mais forte do que eu e acabo cedendo às minhas próprias vontades.
Gostaria de te ter mais perto, de poder sentir mais o cheiro e de poder compartilhar mais, sem medo.
No entanto, tenho a impressão de estar sempre caminhando na tênue linha do limite. Do limite para dar, para ouvir, para compartilhar.
Gostaria de poder falar mais. Falar sobre o que eu sinto, sem esperar dentro de mim qualquer reação sua. Gostaria de ser mais livre das minhas próprias sensações e esquisitices.
Gostaria de poder ser mais sincera, sem cobrar absolutamente nada.
Mas o sentimento de ‘não esperar’ já parece praticamente inalcançável para mim.
E espero.
Não espero rótulos. Não espero o convencional.
Não espero nada que não seja da vontade de um de nós.
Espero, sim, o dia em que haja compartilhamentos mútuos.
Espero o dia em que não esperarei nada em troca quando algo for dito.
Enquanto isso, continuo a me alimentar daquilo que me dá: apenas o seu possível para o momento.
3 comments:
Muito bom esse Fê! Gostei da idéia do caminhar no limite, nunca tinha pensado nisso!
Bjosss
... o quê, by the way, é a única coisa que de fato existe!!!
Mas que difícil ficar no presente e na aceitação do que existe e ponto... não criar expectativas me parece sempre ligado à satisfação total: enquanto não tá do jeito que queremos, visualizamos a realização lá na frente.
E nos frustramos!
Oh, céus!
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