Grossas e pesadas elas escaparam dos meus olhos e deixaram-se rolar pelo meu rosto. Doeu ouvir tudo aquilo. Sei que alguns dos motivos dados realmente tinham total fundamento, mas alguns outros acabaram tornando-se, ao meu ver, pequenas "pecuinhas".
Fiquei totalmente sem chão. O estômago se fechou a ponto de eu não querer almoçar. Tudo o que eu queria naquele momento era pegar as minhas coisas e sair dali. Mas, ao invés de seguir os meus sentimentos, sentei-me calada, enfiei meu Ipod nos ouvidos e fiquei ouvindo músicas para parar de pensar, para não ter que argumentar.
É bem difícil você ouvir as pessoas te criticando pesadamente durante longos cinquentaintermináveisfuckingminutos e você não poder falar absolutamente nada, pois não tem nada a falar. Tudo o que faz é ouvir e ficar quieta. Além de ouvir o que os outros falam, você escuta os seus próprios pensamentos que, neste momento, estão inquietos e impacientes e são mais altos do que você imagina.
Por um lado, desanimei de vez, pois vi que absolutamente nada do que eu faço está certo. Incompetência. Era essa a palavra que gritava na minha cabeça a cada nova crítica ouvida. Em nenhum momento ouvi um "ah, essa parte está boa" ou "isso melhorou" e isso me fez sentir ainda pior depois de um início de semana nada fácil.
Os e-mails estão errados, a organização está errada, os conceitos passam longe do correto.
Enfim, diante de tudo isso, só posso tentar mudar e ser a pessoa perfeita que eles esperam que eu seja: aquela que faz tudo mais do que certo, que chega no horário e sai depois dele, que está sempre impecável, que nunca comete erros em português ou em inglês, que é uma pessoa séria, que vai se tornar "a profissional" de todos os tempos, que é praticamente igual à sua colega de trabalho e que, ainda sim, vai ter que se fingir de feliz e tomar um solzinho para perder o tom abatido das noites-pouco-dormidas.
Só espero que acabe logo e que eu sobreviva a mais uma semana inteira de bad hair days...
2 comments:
Fe, uma vez eu tomei um chute na cabeça, lá no meu treino, de uma menina faixa-branca.
Minha primeira reação foi odiá-la por ter me humilhado, queria revidar e socar a cara dela com toda a força.
Aí meu sensei disse que eu deveria agradece-la. Quase quis bater nele também, mas depois entendi: quando alguém nos machuca, na verdade está apontando onde estamos falhando em nos defender.
O problema é que, diferente de um esporte, na vida o bicho pega mais até porque existem pessoas que CURTEM abusar da posição de autoridade e humilhar o outro.
Se você conseguir ultrapassar essa barreira nada fácil, e agradecer por te apontarem seus erros, tudo poderá ficar mais leve.
Sei que dói, mas com o tempo passa.
(PS: tema recorrente este, hein? os erros...)
Isso, ou você pode mandar todos os cretinos que nõ te valorizam catar coquinho na descida, gritar um vápráputaqueospariu bem alto e ir ficar comigo na ilha uns bons dias.
E o salário, ó!
Post a Comment