E ela se sentava na sala. Acendia mais um cigarro, encostava o seu dedo maior da mão no queixo e pensava. Pensava como a sua vida era miserável, como era difícil depender dos outros, como era complicado servir, servir, servir para nada ganhar. Nem ao menos um elogio. Havia conquistado aquele espaço a duras penas, mas que espaço exatamente era aquele? A casa onde morava era exatamente como havia sonhado. Só não havia sonhado com um banheiro problemático, infiltrações nas paredes, problemas nas janelas, nas fechaduras das portas e assim por diante.
Havia sonhado com um marido perfeito que daria tudo a ela, mas não saberia que isso implicaria em ele ter que sustentar não somente ela e seus filhos, mas sua mãe, seu pai, seu restante familiar. Não sabia que isso implicaria em tantas brigas e tantos falatórios indevidos... xingamentos infindáveis e lágrimas a escorrer.
Havia sonhado que teria uma família perfeita. Filhos que sempre estariam ao seu lado não importando o que acontecesse, aos quais ela daria a vida se fosse preciso para que eles apenas fossem felizes.
Batia as cinzas no cinzeiro, enquanto mais uma lágrima escorria.
Nada de palavras dóceis vindas da sua mãe, apenas críticas duras e, na maioria das vezes, injustas.
Ela estava perdida mais uma vez, sem razão para viver. Seus filhos cresciam, seu casamento já não existia há muito tempo. Tudo girava em torno do dinheiro, da dor, do sofrimento e da angústia. Cada um seguia seu caminho, mas qual caminho ela seguiria, sendo que não havia estrada alguma a sua frente?
E doía o seu coração. Doía o não saber, o não entender, o não ter.
Ela queria continuar vivendo no seu mundo cor-de-rosa criado por ela mesma, mas, por fim, percebeu que ele já havia desmoronado há muito e que nada voltaria a ser como era antes. Aliás, será que o antes era mesmo um lugar feliz? Provavelmente não, mas ela prefere acreditar que sim e se agarrar a esta única lembrança.
Agora tudo é preto e branco. Na verdade, mais preto que branco, sem volta, nem perspectiva.
6 comments:
Fotos: primeira: "vou... ou não vou" por João Alves e a outra, sem título, por Hugo Amador.
Fefelele... que história familiar...
I think we do need to talk...
Miss u so much!
Quinta tá em riba?
Beeeeeeijos
familiar para mim too. rs... mas aposto que este cinzeiro ja transbordas... baccios keep smiling
Surgimos????como estamos? escrevamos? beijos
"Well life has a funny way
of sneaking up on you when you think everything's okay
and everything's going right
And life has a funny way
of helping you out when you think everything's gone
wrong and everthing blows up in your face..."
"It's meeting the man of your dreams
And then meeting his beautiful wife
And isn't it ironic... don't you think?
A little too ironic.. and yeah I really do think!!!!!"
bisouuuuuusssssss
Flá - ameiiiiii conversar com vc... é sempre td mto familiar em nossas vidas... bem, nem tudo, mas boa parte, né? hehe
Amooo de paixão enorme assim ó! hehe
Ick - Sempre rindo... é isso aí! Este é meu lema! E já escrevi mais.. nem pode reclamar, vai... hahaha
Anônima do meu coração - sim... life is a funny way e by the way.... way too ironic!!!
Adoro qdo vc aparece!
Baci!
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