Então é assim que funciona: eu no meu canto, quieta. Ele no seu canto, não tão quieto.
Eu sei que ele tem namorada. Ele mesmo me contou. Pra mim, desde então, virou amigo e nada mais. Nada a pensar. Nada a sugerir.
Depois de algumas poucas cervejas da parte dele e algumas outras coisinhas da minha parte, ele pensou que eu estava "simpática" demais para não perceber o seu joguinho. Fez uma gracinha aqui, outra ali. Sobre a altura, a distância da casa da namorada (que, inclusive, não mora na Europa, ao contrário do cidadão) e assim por diante. Depois ficou distante, talvez para fugir da tentação.
Como eu percebi o joguinho e também não me recusei a brincar, resolvi jogar um pouquinho também e, ao invés de logo entregar os pontos, brinquei com mensagens subliminares que dariam a entender os verdadeiros significados.
Pensei que não mais receberia algo desta pessoa - até mesmo porque esta não tinha mais créditos -, mas, para a minha completa surpresa, eis que no Domingo de manhã eu recebo uma mensagem de bom dia, se eu ainda estava dormindo e de como havia sido minha balada no dia anterior pós-pub. A mensagem vinha do seu celular estrangeiro, uma vez que ele continuava sem créditos. Respondi e entre uma mensagem e outra, ele pediu para que eu entrasse na internet para contar os detalhes. Entrei e nós ficamos conversando durante um bom tempo.
Ele, curioso como sempre, queria saber o término da minha mensagem do dia anterior e eu não quis dizer por diversos motivos. Eu só poderia dizer o resto da minha frase quando ele estivesse mais bêbado e não se lembrasse do que eu falaria no dia seguinte. Nas entrelinhas, entretanto, deixei claro que eu queria a mesma coisa que ele queria, mas que não podia querer. Ele também fez-se claro que pensar demais às vezes atrapalha e que apesar da minha frase não poder ser terminada e de ele não poder fazer convites, a vontade continuava ali, mesmo com um empecilho aos dois.
No dia seguinte, as coisas voltaram ao normal, como se nada tivesse acontecido ou sequer tivesse sido comentado. Tudo normal até o final da tarde. Conversa vai, conversa vem e já que estou atrapalhando, por que não atrapalhar de vez e dizer o que tem que ser dito. A vontade existe. Eu só pus pra fora o que estava entalado. "Falei" o que tinha que falar e saí. Fui para a balada.
No meio da balada recebo uma ligação de uma das minhas roomies dizendo que a pessoa tinha respondido. E a resposta era boa. O desejo é recíproco. Adorei. Só não gostei da outra parte, mas tudo bem. Como dizem os "sábios" dos bares a bebida entra e a verdade sai.
Tudo certo, tudo resolvido. O empecilho ainda existe, mas agora já parece uma coisinha mínima. Decidi questionar. Não, não questionei o empecilho. Questionei a segunda parte da mensagem. Pra quê? Para ouvir um "desculpa", pois ainda há um empecilho e que esperava que eu entedesse.
Claro que eu entendo este fato. Eu só não entendo o fato de mexer no que está quieto. E não entendo o porquê a mudança da lua. Tudo bem que somos pessoas de fases, mas em 24 horas a mudança foi muito grande...
E é assim que a história que nem começou já terminou.
vc sem terminar frases e eu sem poder fazer convites...