Thursday, July 10, 2008

~ Bela Berlim ~

Quem disse que atrasos e pequenos "caos" nos aeroportos é "privilégio" do Brasil? Seja lá quem disse ou supôs isso, nunca pegou um vôo da Ryanair (companhia aérea low cost) de Berlim para Londres.
A saída do meu vôo estava prevista para às 21:55 e nada de avião. Estamos - eu e todos os passageiros deste vôo - sentados em frente ao portão 58 esperando notícias de quando vamos embarcar de fato. Tem gente sentada bem confortavelmente, tem gente em pé por todos os lados, tem gente - assim como eu - sentado no chão comendo, escrevendo, lendo, pensando na vida, conversando... enfim, passando o tempo de certa maneira.
Desta forma, resolvi escrever para passar o tempo e dizer que Berlim é uma cidade interessante demais. A língua alemã, na minha concepção, já é bastante pesada, no entanto, a cidade em si tem um peso a mais: um muro, uma divisão permanente e marcante na vida das pessoas. É um turismo diferente, meio pesado e para ver como o capitalismo está intrínsico nas pessoas, os alemães fazem da sua história "trágica", uma história de comércio, vendendo até mesmo pedacinhos do muro (e haja pedaços e muro para tanta gente!).
O sistema deles de transporte é excelente. É impressionante como a coisa funciona direitinho e dentro do previsto. Se o trem está previsto para às 20:24, 20:24 estará lá, nem antes, nem depois. Eles são pontualíssimos. Além disso, a cidade é bem limpinha e a divisão entre Oriente e Ocidente é visível até mesmo pelos semáforos. A parte oriental fala apenas alemão e acredita que era melhor na época em que o muro existia, pois eles tinham empregos e não sofriam tanto. O lado ocidental é o lado mais desenvolvido, o lado onde eles entendem inglês, onde há mais emprego e tudo o mais.
Uma das comidas típicas deles é a wrüst. É um salsichão num pãozinho pequeno, com mostarda e ketcuhp. Ah, e claro, não podemos esquecer da velha e boa cerveja que está sempre presente.
O calor estava incrível e a cidade é bem limpinha. Mesmo com tudo que a bela Berlim tem de bom, achei que o ar de lá era um pouco mais pesado... não sei se é porque me impressionei pelos kilômetros de muro ainda existentes, ou pela igreja que foi bombardeada e semi-destruída na época da guerra e permanece assim até hoje... mas tudo se remete a esta época, até mesmo os cartões postais da cidade.
Outro ponto legal que acho que não só acontece em Berlim ou em Barcelona, mas também em outras cidades européias é o fato de que as pessoas realmente andam de bicicleta e até o metrô, no caso da Alemanha, tem espaço reservado para essas pessoas poderem se locomover melhor.
O que eu achei engraçado é que até o mendigo bêbado e fedorento que fazia seu cigarro usando o jornal, falava inglês e alemão para ver se conseguia chamar a nossa atenção... chique, não?
Os meus queridos guias turísticos - Luiz e Dani - me disseram que lá em Berlim o governo ajuda os desempregados dando uma ajuda de custo de 450,00 euros - o que, segundo meus guias não é muito - e escola para os filhos, além da saúde básica. Por um lado, se for pensar, é bem legal a atitude do governo em ajudar a sua população, mas por outro, incentiva um monte de gente que já não está nem aí para o trabalho a se acomodar ainda mais. Imagina se isso acontecesse de fato no Brasil? Se com o Bolsa família o pessoal já pula de alegria, com o "bolsão familiar plus" ninguém ia memso querer se mexer.
Mas, enfim, o interessante também é que agora Berlim ganhou um novo museu: o museu de cera de Madame Toussand. E já no final de semana, a primeira manchete: um visitante arrancou a cabeça de cera do Hitler... haha... coitado!


(*) escrito em 06/07/08 em Berlim

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